Sampdoria: “Era Boskov”

Por Arthur Barcelos, @arthurbarcelos_

Vujadin Boskov (sampdoria.forumfree.it)

Que a atual fase dos Blucerchiati não é das melhores, isso todos sabem (ou pelo menos deveriam saber). Uma temporada 2009/10 excelente, porém em 2010/11 conseguiu “destruir” tudo o que havia conquistado anteriormente, em consequência disso, rebaixamento para a Serie B e crise no clube. Na temporada 2011/12 era esperado que reagisse, porém o time não vai nada bem na segundona e corre o risco de não voltar (15 pontos do líder, 11 do segundo colocado e três para o sexto).

Mas nem sempre de fracassos viveu o clube. Pelo contrário. São muitas conquistas importantes, e grande parte delas conquistadas durante o mandato do ex-empresário Paolo Mantovani como dono/presidente do clube, de 1979 a 1993 (ano de sua morte, sendo sucedido por seu filho Enrico).

Paolo Mantovani (storiedicalcio.altervista.org)

Mantovani investiu pesado nas contratações, levando “internacionais” como Graeme Souness, Trevor Francis, Srecko Katanec, Aleksei Mikhailichenko e Vladimir Jugovic, além de jovens valores da Itália como Roberto Mancini, Gianluca Vialli, Moreno Mannini, Fausto Pari, Attilio Lombardo, Luca Pellegrini, Gianluca Pagliuca e Pietro Vierchowod. Aliando experiência e juventude.

Porém foi com a contratação de Vujadin Boskov que o clube verdadeiramente tornou-se campeão. Durante a passagem do técnico sérvio, 1986-1992, a Sampdoria conquistou cinco importantes títulos: Coppa Italia (1987/88 e 1988/89), Serie A (1990/91), Supercoppa Italiana (1991) e a Copa das Copas/ UEFA Cup Winners' Cup (1989/90), além de um segundo lugar na Copa Europeia/UEFA Champions League em 1991/92, quando perdeu para o Barcelona do genial Johan Cruyff.

Time que enfrentou o Barcelona em 92. Em pé: Katanec, Pagliuca, Lanna, Lombardo, Cerezo e Mancini; Agachados: Vierchowod, Mannini, Bonetti, Vialli e Pari (futebolemfotos.blogspot.com)

Naquela fatídica derrota para os culès no “velho” Wembley, a Sampdoria conseguiu segurar durante 90 minutos a força ofensiva do time, perdendo o jogo numa cobrança de falta de Koeman, passando pelo “paredão” Pagliuca, aos 111 minutos (2º tempo da prorrogação). Veja os melhores momentos do jogo abaixo:

Roberto Mancini e Gianluca Vialli, I gemelli del gol (Wikimedia)

Boskov, no final da década de 80 e começo de 90, contava com uma equipe recheada de jogadores muito técnicos, mas era no ataque o ponto de desequilíbrio do time genovês. Roberto Mancini e Gianluca Vialli tinham um entrosamento fantástico, e foram até apelidados de I gemelli del gol (os gêmeos do gol, em italiano). Mas não é só de ataque que vive um time, mas ali estavam, Gianluca Pagliuca e Pietro Vierchowod, os principais nomes da defesa Blucerchiati. Toninho Cerezo e Srecko Katanec geralmente eram os responsáveis por fazerem a bola chegar aos pés dos “gêmeos”, e também no ala destro Attilio Lombardo.

Pagliuca, Vierchowod, Cerezo, Katanec e Lombardo (Montagem)

Depois da saída de Boskov e a morte Paolo Mantovani, a Sampdoria ainda viria a ganhar a Coppa Italia de 1993/94, e sob comando de Enrico (filho de Paolo), contratou vários jogadores famosos (como David Platt, Ruud Gullit, Sinisa Mihajlovic, Enrico Chiesa e Juan Sebastián Verón, além dos técnicos Sven-Göran Eriksson e Luciano Spalletti) que não conseguiram conquistar o mesmo sucesso da “Era Boskov”, sendo inclusive rebaixado na temporada 1998/99.