Alessio Tacchinardi com a camisa do Brescia. Foto: reprodução |
Poucos jogadores têm uma carreira tão vitoriosa quanto Alessio Tacchinardi. Revelado profissionalmente pela Atalanta, em 1992, o então jovem atleta de Crema, na região da Lombardia, estava em um time com, entre outros, Domenico Morfeo e Capellini. O primeiro por Milan, Fiorentina e Inter de Milão, até seus últimos anos como profissional no Parma e, posteriormente, encerrando a carreira na Cremonese. Já o segundo jogou os últimos nove anos de sua carreira no Empoli.
Pela Atalanta, clube onde sua carreira teve início, Tacchinardi jogou apenas nove partidas e não marcou nenhum gol, entre 1992 e 1994. Foi contratado pela Juventus e chegou no clube onde seria campeão diversas vezes. Aliás, dos 15 títulos que Tacchinardi conquistou na carreira, apenas um não foi pela Juventus (Eurocopa sub-21 1996, pela seleção italiana de base).
Em 1994, quando chegou ao Piemonte, encontrou em Turim grandes jogadores: Del Piero, Baggio, Deschamps, Antonio Conte, Gianluca Vialli, Jürgen Kohler, entre outros. O volante ambidestro vestiu a camisa bianconera por 11 temporadas, conquistando cinco Campeonatos Italianos, uma Coppa Italia, cinco supercopas nacionais, uma Liga dos Campeões, uma Supercopa Européia, um Mundial Interclubes e uma Copa Intertoto. Foram 261 partidas de Tacchinardi pela Vecchia Signora e nove gols marcados em 11 anos. O atleta de 1,87 metros de altura ficou conhecido pelo chute forte e pela categoria típica de um jogador ambidestro.
No o final da carreira, Alessio Tacchinardi transferiu-se ao Villarreal, da Espanha, após de sair da Juventus, em 2005. Foram duas temporadas na Espanha, aonde Tacchinardi conseguiu chegar às semifinais da Liga dos Campeões com o submarino amarelo, eliminado no estádio El Madrigal pelo Arsenal, da Inglaterra. Voltou para a Itália em 2007, desta vez, curiosamente, para o rival daquela equipe que lá atrás, em 1992, o elevou à categoria de profissional, pendurando as chuteiras no Brescia.
Tacchinardi chegou ao Brescia com 31 anos de idade, quase 32, e ali foram duas temporadas em busca de levar a equipe rondinelle à primeira divisão. Em 2007/08 o time da Lombardia quase conseguiu o acesso, após um quinto lugar na fase de pontos corridos. Os bresciani foram para os play-offs, venceram o primeiro jogo contra a AlbinoLeffe, por 1 a 0, e perderam o segundo, por 2 a 1. Como haviam feito uma campanha pior, foram eliminados. Naquela ocasião, conseguiu o acesso foi o Lecce, batendo Pisa e AlbinoLeffe nos playoffs. Na temporada seguinte, a última de Tacchinardi como profissional, o não acesso do Brescia foi ainda mais doloroso. A equipe terminou a fase de pontos corridos na quarta colocação, nas semifinais dos playoffs passou pelo Empoli, com um empate em 1 a 1 fora de casa e uma vitória por 3 a 0 diante de seu torcedor. Na final era a vez de enfrentar o Livorno. Após um empate em 2 a 2 dentro do seu estádio, a derrota para a equipe granata, no Armando Picci, por 3 a 0 acabou com as chances de Tacchinardi encerrar a carreira conduzindo o Brescia a Série A.
Alessio Tacchinardi começou a atuar profissionalmente na Atalanta de Bérgamo, cidade ao norte da Itália e terminou no Brescia, clube da cidade de mesmo nome, vizinha a Bérgamo. As duas cidades ficam distantes a aproximadamente 54 km e os clubes são rivais de longa data. A carreira de um jogador tão vitorioso pode influenciar numa rivalidade assim como os torcedores da Atalanta devem ter ficado assustados ao descobrir que aquele jovem atleta que se tornou um jogador renomado nunca mais voltou a Bérgamo. E pior, foi jogar no principal rival. Por fim, o duplo fracasso de Tacchinardi em levar o Brescia a primeira divisão pode ter deixado os torcedores da Atalanta, se não felizes, pelo menos um pouco mais contentes, afinal isso é a rivalidade.